Pages

terça-feira, 22 de outubro de 2013


Bará Como muitos não conhecem profundamente a religião iorubá, tiram conclusões apressadas e erradas quando se referem a Bará, tornando-o uma entidade voltada para o mal e apresenta nos círculos menos evoluídos como portadores de defeitos físicos, confundido com os Kiumbas (entidades defeituosas).Embora conhecido como um escravo, a grande realidade é que Exú também é um Orixá, representando os santos como mensageiro, verdadeiro secretário, o cobrador da lei causa/efeito. Não se pode ir a um Orixá sem antes tratar de Exú. Ele dança com satisfação qualquer toque aos Orixá, Exceto para Oxálufan, com qual ele brigou por desejar seu trono.Exú é o detentor de axé e quem, junto com Olorum criou o universo, como já foi falado anteriormente orixá não tem hierarquia eles possuem o mesmo poder.Na nação cabinda Orixá Bará é classificado como:Bará lodê ,Bara Lana,Bara Adagué e BaraAgelú. Diz a lenda... Um dia, oxalá cansado de ser zombado e trapaceado por exú, pois oxalá era muito orgulhoso e geralmente não dava oferendas a exú por ser um orixá mais velho. Decidiu combater exú para ver quem era o orixá mais forte e respeitado. E foi aí que oxalá provou a sua superioridade, pois durante o combate, oxalá apoderou-se da cabaça de bará a qual continha o seu poder mágico, transformando-o assim em seu servo.Foi desde então que oxalá permitiu que bará recebesse todas as oferendas e sacrifícios em primeiro lugar... ...Bará não possuia riquezas, não possuía terras, não possuía rios, não tinha nenhuma profissão, nem artes e nem missão. Bará ficava vagando pelo mundo sem paradeiro. Um belo dia , Bará resolveu frequentar casa de Oxalá, gostou e passou a ir todos os dias . Na casa de Oxalá, Bará ficava distraído vendo o velho fabricando os seres humanos. Muitos e muitos também vinham visitar Oxalá, mas ali ficavam pouco, quatro dias, sete dias, e nada aprendiam. Traziam oferendas, viam o velho orixá, apreciavam sua obra e partiam. Bará foi o único que ficou na casa de Oxalá ele permaneceu por lá durante dezesseis anos. Bará prestava muita atenção em como Oxalá fabricava os seres humanos e aprendeu como modelava as mãos, os pés, a boca, os olhos, o pênis dos homens, as mãos, os pés, a boca, os olhos, e a vagina das mulheres. Durante dezesseis anos ali ficou auxiliando o velho Orixá. Bará observava, não perguntava nada prestava muito atenção e com o passar do tempo aprendeu tudo com o velho. Um dia Oxalá disse para Bará ir postar-se na encruzilhada por onde passavam os que vinham à sua casa. Para ficar ali e não deixar passar quem não trouxesse uma oferenda a Oxalá. Cada vez mais havia mais humanos para Oxalá fazer. Oxalá não queria perder tempo recolhendo os presentes que todos lhe ofereciam. Oxalá nem tinha tempo para as visitas. Bará que tinha aprendido tudo, agora podia ajudar Oxalá. Era ele quem recebia as oferendas e as entregava a Oxalá. Ele executava bem o seu trabalho e Oxalá decidiu recompensá-lo. Assim, quem viesse à casa de Oxalá teria que pagar também alguma coisa a Bara,que por sua vez mantinha-se sempre a postos guardando a casa de Oxalá. Armado de um ogó( poderoso porrete), afastava os indesejáveis e punia quem tentasse burlar sua vigilância. como Bará trabalhava demais fez sua casa ali na encruzilhada. Ganhou uma rendosa profissão, ganhou seu lugar, e sua casa.Bará ficou rico e poderoso. E ninguém pode mais passar pela encruzilhada sem fazer uma paga a ele suas devidas oferendas. Orixá Bará deve sempre ser ofertado e saudado antes de outros orixás sua exiistencia é de extrema importancia porque é o Orixá da rua cuida de nossos caminhos do portão de nossas casas nos auxilia em negócios,comércios... Sua cor é vermelho.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Baianos.

Baianos são uma linha de trabalhadores de Umbanda pertencentes à chamada Linha das Almas, a mesma dos Pretos-Velhos / Pretas-Velhas. Suas giras são encontradas sobretudo em São Paulo. A correspondência no Rio de Janeiro é com a linha dos Malandros, cujo maior representante é Zé Pelintra. Outras linhas trabalham na gira dos baianos como por exemplo: Boiadeiros, Marinheiros e em alguns terreiros os Mineiros.
Sempre com seu coco (mistura de cachaça e mel colocada dentro de um coco), a linha baiana está sempre disposta a ajudar os filhos de fé com seus conselhos e sua proteção. Esta linha trabalha tanto na Umbanda quanto na Quimbanda, geralmente não descendo nos trabalhos de esquerda (exceto Zé Pelintra), mas tendo a sua permissão para atuar na Quimbanda no plano espiritual.
Alguns conhecidos:
Amigo do Vitorino
Mané Baiano
Zé Baiano
Zé da Estrada
Zé da Estrada e dos Trilhos
Zé do Côco
Zé do Côco de Pernambuco
Zé Tenório
Zé Pereira
Zeca do Côco
Zézinho Bahiano
Chico Baiano
João Baiano
Severino
Joaquim Baiano
Carcará
Lampião
Maria Bonita
pai baiano

Cosme, Eres.


A criança em si, representa a pureza, a ingenuidade, a alegria verdadeira e a esperança do recomeço, de um mundo melhor.



Para alguns terreiros, a Linha das crianças integram as 7 linhas de Umbanda. Para nós, na raíz seguida pela Tenda de Umbanda Filhos da Vovó Rita, as crianças estão vinculadas à Linha de Oxalá.


Essa Linha, conhecida também como "Ibejada" ou "Yori", é integrada por espíritos que se apresentam como crianças. Geralmente, manifestam-se espíritos que quando encarnados, morreram crianças ou que, após o desencarne, optaram por trabalhar na Umbanda desse modo. Comumente, manifestam-se espíritos que foram filhos de escravos, curumins, entre outros.




É uma Linha de muita luz. O fato de estar manifestado no médium uma criança, não significa que se trate de uma entidade com menos força ou conhecimento que as demais. Pelo contrário, a Linha das crianças é uma linha de grande força e poder! Realizam trabalhos de cura, dão conselhos, afastam a demanda, etc.


Ao contrário de que muitos irmãos Kardecistas falam, esses espíritos não estão "presos" na condição de crianças. Ao revés, como visto alhures, optaram a adentrar nesta Linha, para servir a Umbanda e trazer aos filhos de fé a alegria, a doçura e pureza. Como diz o ditado, “se todos tivessem olhos de Crianças, o mundo seria mais alegre e não haveriam mais guerras”.


E é com essa alegria, com essa pureza que muitas vezes eles tocam nas feridas morais do médium, mostrando seus defeitos, sua falhas e ensinam-o, com conselhos simples e diretos, a melhorar.


Esses espíritos também habitam na natureza. Nas praias, nos rios, na cachoeira, nos campos e principalmente nos jardins.






Essa Linha é regida por São Cosme e Damião, dois médicos gêmeos que são tidos como protetores das crianças. Uma curiosidade, é que a imagem de São Cosme e Damião no catolicismo é formada apenas pelos gêmeos médicos. Na Umbanda, foi inserida uma criança no meio deles, a qual é chamada de Doum. Conta a lenda, que Doum era o irmão mais novo dos gêmeos e que acabou falecendo ainda criança. Esse foi o motivo principal para os gêmeos estudarem medicina e prestarem seus serviços gratuitamente em nome da caridade. Por essa razão, muitos pontos de Umbanda falam em "Cosme, Damião e Doum!"






Alguns também atribuem a regência dessa Linha a São Crispim e Crespiniano.


**Uma confusão muito grande, motivada pela falta de estudo da religião, tem levado muitas pessoas a chamarem as entidades crianças da Umbanda de "erês". É uma denominação equivocada!


Apesar de também se tratar de uma entidade que se manifesta como criança, o Erê é uma entidade que se manifesta no adepto do Candomblé nação Ketu. Trata-se de um intermediário entre o iniciado e seu Orixá. É por meio dele, que o Orixá manda seus avisos, diz sua vontade e recomendações. Geralmente, a manifestação do Erê ocorre após o transe do Orixá no iniciado.


Outra diferença é na forma de manifestação. Enquanto as crianças na Umbanda, em sua grande maioria, deixam o médium sentado no chão, os Erês andam e correm normalmente.


Como visto, apesar da semelhança de trazerem o psiquismo infantil, os Erês (entidades do candomblé) e as crianças da Umbanda possuem funções e manifestações bem distintas. Por isso o Umbandista deve ficar atento para não chamá-las de maneira errônea. Chamem-nas de "cosminhos", de "ibeijada" ou apenas de crianças!


****Também existe uma grande confusão em relação a IBEJI
IBEJI (ÌGBEJÌ) é um Orixá do Candomblé Ketu. É divindade gêmea da vida, da dualidade, protetor dos gêmeos (twins) na Mitologia Yoruba. Por ser Orixá, mesmo sendo raro acontecer, pode reger a coroa do iniciado. Há relatos de apenas uma iniciada para esse Orixá no Brasil.


Com todo o respeito que temos por todos os Orixás trazidos para o Brasil, esse Orixá, todavia, não foi adotado pela Umbanda. É muito raro, para não dizer que não existam, filhos de Ibeji na Umbanda. Muito menos, como infelizmente vemos por ai, filhos de "Cosme e Damião".


São Cosme e Damião, são tidos como padroeiros da Linha das Crianças na Umbanda, mas jamais irão reger a coroa de um médium, pois não são Orixás.
Por isso, é equivocado falar em IBEJI (Orixá) dentro da Umbanda. O que alguns Umbandistas adotoram foi a expressão Ibeijada ou Ibejis para denominar a Linha das Crianças. Nada mais além disso.




Pois bem, voltando ao tema, a Linha das Crianças é de suma importância dentro da Umbanda. Nas obrigações da casa, deitada, camarinha, etc, assim como se faz oferenda ao povo de Exu pedindo sua segurança, também é realizado oferenda para as crianças, a fim de que nenhum atrapalho venha ocorrer.




Essas entidades são protetoras das crianças e das grávidas. Geralmente pede-se à elas saúde, bons caminhos, harmonia, alegria e paz.




O dia festivo dessas entidades é 27 de Setembro, dia de São Cosme e Damião na Umbanda.




Suas cores são o Rosa e o Azul.




Não possuem saudação específica, sendo utilizado as expressões "Salve as Crianças de Aruanda, Salve a Ibeijada, Salve Cosme e Damião!" ou "Oni Beijada" por alguns.




Geralmente, se oferecem à essas entidades o velas azuis e rosas; flores; Manjar, Caruru, cocadas, pé-de-moleque, balas e doces em geral. O preferencial é que sejam oferecidos doces tradicionais.Ou frutas, no caso de curumins.




As oferendas são realizadas preferencialmente nos jardins ou parques que, como visto, são seu campo de atuação.

Caboclos

A palavra caboclo, vem do tupi kareuóka, que significa da cor de cobre; acobreado. Espírito que se apresenta de forma forte, com voz vibrante e traz as forças da natureza e a sabedoria para o uso das ervas.


A marca mais característica da Umbanda, uma religião surgida no Brasil no final do século XIX e início do século XX, é a manifestação de entidades espirituais, por meio da mediunidade de incorporação. Os primeiros espíritos a “baixar” nos terreiros de Umbanda foram aqueles conhecidos como Caboclos e Pretos-velhos, a seguir surgiram outras formas de apresentação como as Crianças, conhecidas, variadamente, como Erês, Cosme e Damião, Dois-dois, Candengos, Ibejis ou Yori. Essas três formas, Crianças, Caboclos e Pretos-velhos, podem ser consideradas as principais porque resumem vários símbolos: representam, por exemplo, as raças formadoras do povo brasileiro – indígenas, negros e brancos europeus – e também representam as três fases da vida – a criança, o adulto e o velho – mostrando a dialética da existência. Além disso, trazem valores arquetipais de Pureza e Alegria na Criança; Simplicidade e Fortaleza no Caboclo e a Sabedoria e Humildade dos Pretos-velhos, mostrando o caminho para a evolução espiritual dos sentimentos, do corpo físico e da mente. Com a expansão da Umbanda, muitas entidades apareceram, como os Baianos, Boiadeiros, Marinheiros e outras, sem falar de Exu, outro grande ícone umbandista.


Essa diversidade confirma a abrangência desse movimento espiritual que chama a todos e recebe seres encarnados e desencarnados, com vibrações de fraternidade e amizade sob a luz de Oxalá.


Nesse artigo trataremos, mais especificamente, das entidades conhecidas como Caboclos, in­variavelmente presentes nos terreiros de Umbanda, praticando a caridade e cumprindo sua missão espiritual.


Existem variações no entendimento que os umbandistas têm sobre o que sejam os caboclos. As variações são próprias do movimento umbandista, notavelmente plural, mas há consenso na Umbanda, no fato de que os Caboclos são espíritos de humanos que já viveram encarnados no plano físico e são, portanto, nossos ancestrais. É interessante notar que em alguns cultos afro-brasileiros, os caboclos são considerados “encantados” e se relacionam com os espíri­tos da natureza, recebendo nomes de animais, plantas ou outros elementos naturais. Essa percepção se aproxima das lendas indígenas que narram um tempo em que os animais falavam e viviam em comunhão com os homens, podendo um se transformar no outro, (veja mais nas obras de Betty Mindlin).


A palavra caboclo vem do tupi kariuóka, que significa da cor de cobre; acobreado. A partir daí vem a relação com os índios brasileiros, de tez avermelhada. Assim, a palavra caboclo passou a designar aquilo que é próprio de bugre, do indígena brasileiro de cor acobreada. Posteriormente surgiu a noção de caboclo como mestiço de branco com índio, o sertanejo. Dada essa relação dos caboclos com os indígenas – nos terreiros de Umbanda é dessa forma que se manifestam -, e aproximando esse fato ao Orixá Oxossi, que em África é cultuado como Odé, o caçador, o Senhor das Florestas, conhecedor dos segredos das matas e dos animais que lá vivem, diz-se que os Caboclos que baixam na Umbanda são espíritos ligados a Oxossi. Muitos entendem que somente esses são caboclos e que as entidades da vibração de Ogum, Xangô, Yemanjá e Oxalá não seriam, propriamente, caboclos. No entanto, há caboclos da praia, do mar e das ondas, das pedreiras, das cachoeiras, dos rios etc., cujos elementos se associam mais aos outros Orixás que a Oxossi.


Outra maneira de se interpretar as entidades de Caboclo, é como espíritos que se apresentam na forma de adultos, com uma postura forte, de voz vibrante, que trazem as forças da natureza, manipulando essas energias para trabalhar nas questões de saúde, vitalidade e no corte de correntes espirituais negativas. Seu linguajar pode se assemelhar ao dos indígenas, paramen­tados ou não com cocares, arcos e flechas, machadinha e espadas. Aqui estamos entendendo os Caboclos de maneira mais ampla, como símbolo de fortaleza, do vigor da fase adulta, existindo caboclos de Oxossi, Xangô, Ogum e mesmo aquelas entidades ligadas aos orixás femininos, como Yemanjá, Oxum, Yansã. É claro que essas últimas entidades não vêm como índias, mas com uma forma tipicamente relacionada aos seus atributos. Todavia, são entidades que se apresentam como adultos.


Feitas essas ressalvas, podemos dizer que todas as entidades de Umbanda, especialmente as Crianças, Caboclos e Pretos-Velhos, são espíritos ancestrais que estão ligados, cada um, a um Orixá. Assim, as crianças trazem a vibração dos Orixás Ibeji, conhecidos na Umbanda Esotérica como Yori; os Pretos-velhos vêm sob as vibrações dos Orixás Obaluaiê, Nana Burukum ou Yorimá e os Caboclos podem ser de Oxossi, Xangô, Ogum etc. Também é preciso falar que existem os chamados cruzamentos vibratórios em que uma entidade de Ogum, por exemplo, pode trazer também as forças de outro orixá, como Ogum Yara que além das forças de Ogum, movimenta também as forças dos Orixás das águas, como Yemanjá, Oxum etc.


Vejamos alguns exemplos de Caboclos de Oxossi: Caboclo Sete Flechas, Caboclo Folha Seca, Caboclo Pena Vermelha, Cacique das Matas, Caboclo Cobra-coral, Cabocla Jurema, Cabocla Jacyra, Caboclo Ventania, Caboclo Caçador e outros. Na linha de Ogum temos: Ogum de Lê, Ogum Beira-mar, Ogum Matinata, Ogum Sete Ondas, Caboclo Biritan, Ogum Megê, Ogum Sete Espadas e mais uma plêiade de espíritos que vêm sob essa vibração. Entre os caboclos de Xangô temos muitos caboclos famo­sos, como Caboclo das Sete Pedreiras, Caboclo Vira-mundo (que vem como Xangô ou Oxossi), Xangô Kaô, Caboclo Pedra Branca, Caboclo da Pedra Preta etc. Para citar alguns da linha de Oxalá, que dificilmente baixam, temos Caboclo Ubiratan, Caboclo Girassol, Caboclo Ipojucan, Caboclo Guaracy e Caboclo Tupi. Esses caboclos, normalmente, vêm fazendo cruzamento vibratório com outros orixás, especialmente com Oxossi.
Todas as entidades de Umbanda são importantes. Ainda que alguns se orgulhem de serem médiuns de caboclos renomados e tidos como chefes de falange, o que vemos é que quando estão no terreiro, os Caboclos tratam uns aos outros como iguais, mostrando que o que importa é o trabalho espiritual e, como em uma aldeia, tudo é feito em conjunto e com as ordens dos planos superiores. Assim diz um ponto cantado de caboclos: na sua aldeia ele é caboclo, é Rompe-mato e seu mano Arranca-toco, na sua aldeia lá na jurema, não se faz nada sem ordem suprema.


É também do linguajar de caboclo, que não cai uma folha da jurema (da mata), sem ordem de Oxalá, ou seja, que tudo na vida tem motivo e que nossas ações são registradas na lei de causa-e-efeito, ou lei do karma. Mas isso não significa ficar passivo, esperando o pior acontecer. Os Caboclos também ensinam a termos coragem e a sermos guerreiros na vida, lutando pelo que é justo e bom para todos. No que é possível, os caboclos nos ajudam a entrar na macaia (a mata que simboliza a vida), a cortar os cipós do caminho (vencer as dificuldades) e, se preciso, caçar os bichos do mato (vencer as interferências espirituais negativas). Essa postura é evidenciada em vários pontos, como esse:


Atira, atira, eu atirei, eu bamba vou atirar Bicho no mato é corredor, Oxossi na mata é caçado.
Cadê Vira-mundo pemba (bis)
Tá no terreiro, pemba, com seus caboclos, pemba.
Veado no mato é corredor, cadê meu mano caçador
E o Caboclo Ventania que me protege noite e dia.


Para quem vivência o terreiro, que há anos luta as batalhas espirituais e já viu os caboclos vencendo as demandas dos filhos-de-fé, afastando entidades negativas, tratando doenças que a medicina muitas vezes não resolve e dando lições de simplicidade, humildade, coragem e persistência, ouvir ou mesmo lembrar esses pontos cantados, traz uma sensação de alegria que enche o coração, renova o ânimo e nos dá a certeza de que estamos no caminho certo. Melhor do que qualquer leitura sobre caboclo é vê-lo incorporado atendendo quem precisa.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Pretos Velhos

Pretos-velhos são espíritos que se apresentam em corpo fluídico de velhos africanos que viveram nas senzalas, majoritariamente como escravos que morreram no tronco ou de velhice, e que adoram contar as histórias do tempo do cativeiro. Sábios, ternos e pacientes, dão o amor, a fé e a esperança aos "seus filhos".
São entidades desencarnadas que tiveram pela sua idade avançada, o poder e o segredo de viver longamente através da sua sabedoria, apesar da rudeza do cativeiro demonstram fé para suportar as amarguras da vida, consequentemente são espíritos guias de elevada sabedoria geralmente ligados à Confraria da Estrela Azulada dentro da Doutrina Umbandista do Tríplice Caminho (AUMBANDHAM - alegria e pureza + fortaleza e atividade + sabedoria e humildade), trazendo esperança e quietude aos anseios da consulência que os procuram para amenizar suas dores, ligados a vibração de Omolu, são mandingueiros poderosos, com seu olhar prescrutador sentado em seu banquinho, fumando seu cachimbo, benzendo com seu ramo de arruda,rezando com seu terço e aspergindo sua água fluidificada, demandam contra o baixo astral e suas baforadas são para limpeza e harmonização das vibrações de seus médiuns e de consulentes. Muitas vezes se utilizam de outros benzimentos, como os utilizados pelo Pai José de Angola, que se utiliza de um preparado de "guiné" (pedaços de caule em infusão com cachaça) que coloca nas mãos dos consulentes e solicita que os mesmos passem na testa e nuca, enquanto fazem os seus pedidos mentalmente; utiliza-se também de vinho moscatel, com o que constantemente brinda com seus "filhos" em nome da vitória que está por vir.
São os Mestres da sabedoria e da humildade. Através de suas várias experiências, em inúmeras vidas, entenderam que somente o Amor constrói e une a todos, que a matéria nos permite existir e vivenciar fatos e sensações, mas que a mesma não existe por si só, nós é que a criamos para estas experiências, e que a realidade é o espírito. Com humildade, apesar de imensa sabedoria, nos auxiliam nesta busca, com conselhos e vibrações de amor incondicional. Também são Mestres dos elementos da natureza, a qual utilizam em seus benzimentos.
Os Pretos Velhos: Os espíritos da humildade, sabedoria e paciência.
Os Pretos Velhos são entidades cultuadas pelas religiões afro-brasileiras, em especial a Umbanda. Nos trabalhos espirituais desta religião, os médiuns incorporam entidades que possuem níveis de evolução e arquétipos próprios. Estas se dividem em três níveis:
Os Pretos Velhos – incluem os Tios e Tias, Pais e Mães, Avôs e Avós todos com a forma do idoso, do senhor de idade, do escravo. Sua forma idosa representa a sabedoria, o conhecimento, a fé. A sua característica de ex-escravo passa a simplicidade, a humildade, a benevolência e a crença no “poder maior”, no Divino.
Ficheiro:Pretos velhos.png
Casal de Pretos-Velhos
A grande maioria dos terreiros de Umbanda, assim também suas entidades possuem a fé Cristã, ou seja, acreditam e cultuam Oxala(no sincretismo com o catolicismo, Jesus). Entidades aqui tomada no sentido de espíritos que auxiliam aos encarnados, o mesmo que guia de luz.
A característica desta linha seria o conselho, a orientação aos consulentes devido a elevação espiritual de tais entidades, são como psicólogos, receitam auxílios, remédios e tratamentos caseiros para os males do corpo e da alma.
Os Pretos Velhos seriam as entidades mais conhecidas nacionalmente, mesmo por leigos que só ouviram falar destas religiões Afro-Brasileiras. O Preto Velho é lembrado também pelo instrumento que normalmente utiliza, o cachimbo.
Os nomes de alguns Pretos Velhos comuns de que se tem notícia são Pai João, Pai Joaquim de Angola, Pai José de Angola, Pai Francisco, Vovó Maria Conga, Vovó Catarina. Pai Jacó[1], Pai Benedito[2], Pai Anastácio, Pai Jorge, Pai Luís, Mãe Maria, Mãe Cambina, Mãe Sete Serras, Mãe Cristina, Mãe Mariana, Maria Conga, Vovó Rita, Vovó Joana dentre outros.
Na Umbanda os Pretos Velhos são homenageados no dia 13 de maio, data que foi assinada a Lei Áurea, a abolição da escravatura no Brasil.
Os pontos servem para saudar a presença das entidades, firmar sua força durante os trabalhos espirituais e envolver a todos presentes, mas principalmente aos médius de incorporação, como uma harmonia a ajudá-los a se desligarem para que esta ocorra.
Pontos de preto velho:
Saudação dos Pretos Velhos quando iniciada uma gira
Bate tambor
lá na Angola, bate tambor
Bate tambor
lá na Angola, bate tambor...
Bate tambor, Pai Joaquim*...
Bate tambor, Maria Conga*...
Bate tambor, Pai Mané*...
(* coloca-se o nome dos pretos velhos da casa)
Eu andava perambulando,
sem ter nada p'ra comer
Fui pedir as Santas Almas
Para vir me socorrer
Foi as Almas que me ajudou
Foi as almas que me ajudou
Meu Divino Espírito Santo
Glória Deus, Nosso Senhor
Nessa casa
tem quatro cantos
Cada canto tem um santo
Pai e filho, Espírito Santo
Nessa casa tem 4 cantos...

Quem vem, que vem lá de tão longe?
São os pretos velhos que vem trabalhar
Quem vem, que vem lá de tão longe?
São os pretos velhos que vem trabalhar
Ô da-me forças pelo amor de Deus, meu pai
Ô da-me forças pros trabalhos teus

Zum zum zum
Olha só Jesus quem é
Eu rezo para santas almas
Inimigo cai
Eu fico de pé

O preto por ser preto
Não merece ingratidão
O preto fica branco
Na outra encarnação
No tempo da escravidão
Como o senhor me batia
Eu chamava por Nossa Senhora, Meu Deus!
Como as pancadas doíam

Tira o cipó do caminho,
oi criança
Deixa a vovó atravessar
Tira o cipó do caminho,
oi criança
Deixa a vovó atravessar

A bença Vovô
Quando precisar lhe chamo
A bença Vovô
Quando precisar lhe chamo
Zambi lhe trouxe, Zambi vai lhe levar
Agradeço a toalha de renda de chita de pai Oxalá

Vovô já vai, já vai pra Aruanda...
Abença meu pai, proteção pra nossa banda
Pontos de Pretos Velhos:
Negro está molhado de suor, mas tá feliz porque Deus o libertou (bis);
Ô sinhá sinha, segura a chibata não deixa bater, faz uma prece prá negro morrer, negro não quer mais sofrer (bis);
Ponto p/firmar a gira: Viva Deus, viva a Gloria, viva o rosário de nossa Senhora (bis);
Ponto para benzimentos: Pai João d"angola com sua ternura, sentado no tronco ele benze as criaturas(bis), a estrela de Oxalá seu ponto iluminou, ele é Pai João d"angola ele é nosso protetor;
Ponto de subida de pretos velhos: Já vai pretos velhos subindo pro céu e nossa senhora cobrindo com véu (bis).
A linha de Preto Velho, na Umbanda, são entidades que se apresentam estereotipados como anciãos negros conhecedores profundos da magia Divina e manipulação de ervas, o qual aplicam frequentemente em sua atuação na Umbanda, porém no Candomblé são considerados Eguns.
Crê-se que em referência à dor e aflição sofrida pelo povo negro (período de trevas no território brasileiro), a linha de preto velho reflete a humildade, a paciência e a perseverança característica da atuação da linha nominada de Yorima, cujo apresenta-se de pés no chão, cachimbo de barro bem rústico, quando não cigarro de palha, café, e um fio de contas de rosários (Lágrima de Nossa Senhora) e cruzes, figas e breves os quais utilizam magisticamente em sua atuação astral.
Os pretos velhos apresentam-se com nomes de individualizam sua atuação, conforme nação ou orixá regente, evidenciando sua atuação propriamente dita.
Os nomes comumente usados são:
Pai Joaquim;
Pai Francisco;
Pai Maneco de Aruanda;
Pai João;
Pai José;
Pai Mané;
Pai Antônio;
Pai Roberto;
Pai Cipriano;
Pai Tomaz;
Pai Jobim;
Pai Roberto;
Pai Guiné;
Pai Jacó;
Pai Benedito;
Velho Liberato
Rei Congo
ou femininos:
Vó Cambinda;
Vó Cecília;
Vó Maria Conga;
Vó Catarina;
Vó Ana;
Vó Maria Quitéria;
Vó Benedita;
Vó Cambinda;
Vó Minerva;
Tia Luiza;

Em sua linha de atuação eles apresentam-se pelos seguintes codinomes, conforme acontecia na época da escravidão, onde os negros eram nominados de acordo com a região de onde vieram:
Congo_ Ex: (Pai Francisco do Congo), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Iansã;
Aruanda_ Ex: (Pai Francisco de Aruanda), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Oxalá. (OBS: Aruanda quer dizer céu);
D´Angola_ Ex: (Pai Francisco D´Angola), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Ogum;
Matas_ Ex: (Pai Francisco das Matas), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Oxóssi;
Calunga, Cemitério ou das Almas_ Ex: (Pai Francisco da Calunga, Pai Francisco do Cemitério ou Pai Francisco das Almas), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Omolu/ Obaluayê;
Entre diversas outras nominações tais como: _Guiné, Moçambique, da Serra, da Bahia, etc...
Muitos Pretos Velhos podem apresentar-se como Tio, Tia, Pai, Mãe, Vó ou Vô, porém todos são Pretos Velhos. Na gira eles só comem o que for feito de milho como por exemplo:
Bolo de milho, pamonha, cural e etc.
"AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO VELHO".
Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, fumando o seu cachimbo um triste Preto Velho chorava. De seus olhos molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pela face e... Foram sete.
A Primeira... A estes indiferentes que vem no Terreiro em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber;
A Segunda... A esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam;
A Terceira... Aos maus, aqueles que somente procuram a umbanda em busca de vingança, desejando sempre prejudicar ao semelhante;
A Quarta... Aos frios e calculistas, que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar-se dela de qualquer forma, e não conhecem a palavra gratidão;
A Quinta... Chega suave, tem o sorriso, o elogio da flor dos lábios, mas se olharem bem seu semblantes verão escrito: creio na Umbanda, nos teus Caboclos e no teu Zambi, mas somente se resolverem o meu caso ou me curarem disto ou daquilo;
A Sexta... Aos fúteis, que vão de centro em centro, não acreditando em nada, buscam aconchego, conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente;
A Sétima... Como foi grande e como deslizou pesada! Foi à última lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os Orixás. Aos médiuns vaidosos (as), que só aparecem no Centro em dia de festa e faltam as doutrinas. Esquecem que existem tantos irmãos precisando de caridade e tantas criancinhas precisando de amparo material e espiritual.
As Sete Lágrimas De Um Preto Velho

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Ogum


Ogum é um orixá cultuado nas religiões de Umbanda e Candomblé, correspondendo a São Jorge, na Igreja Católica no sincretismo religioso. Seu dia é o 23 de abril.
Características

Logum ou Ologum (oló = senhor, Gum = guerra, ou seja, o senhor da guerra ou guerreiro) é uma divindade da cultura Iorubá, região onde localiza-se hoje a Nigéria. Nos domínios de Obéocutá, seu culto era essencialmente agrário, como ainda o é, é a divindade do ferro, quem produz as ferramentas necessárias ao cultivo. Nesta Região, poucos são os que dominam a arte de fundir e moldar o ferro de forma manual. Por isso, todos que dominam esta técnica são protegidos de Ogum. Na África, a organização teológica funciona difrente à forma como se desenvolve a religiosidade afro no Brasil. Lá, as pessoas acreditam que a divindade Iorubá é um ancestral comum aos moradores da tribo, cidade, ou etnia. No caso, grande parte das pessoas que praticam as religiões "tradicionais" da região de Obéocutá, acreditam que Ogum seria seu ancestral divinizado. Quanto ao mito, ogum é lembrado como conquistador e caçador, a quem sempre defendeu os seus e sempre proveu de alimentos sua tribo. Contudo, no Brasil seu mito muda de aspecto, devido a lógica da escravidão, os africanos acabam por exaltar outros aspectos desta divindade, de forma a contamplar seus anseios, buscando se livrar dos castigos dos seus Senhores, passavam então a privilegiar o aspecto guerreiro e violênto da divindade. Ogum é o guerreiro, general destemido e estratégico, é aquele que veio para ser o vencedor das grandes batalhas, o desbravador que busca a evolução.

Defensor dos desamparados, segundo a lenda, Ogum andava pelo mundo comprando a causa dos indefesos, sempre muito justo e benevolente. Ele era o ferreiro dos orixás, senhor das armas e dono das estradas. Irreverente, pois é um orixá valente, traz na espada tudo o que busca.

É o protetor dos policiais, ferreiros, escultores, caminhoneiros e todos os guerreiros.

Santo correspondente na Igreja Católica: São Jorge no Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Santo António de Pádua na Bahia.
Cores predominantes de ogum nas guias: Azul marinho no Candomblé. Vermelho na Umbanda, sendo que na Umbanda do Rio Grande do Sulmuitos terreiros utilizam o verde, vermelho e branco. Entretanto as cores são determinadas pelo guia e conforme o reino em que trabalham e para qual Orixá.

Oxossi

Oxóssi na Umbanda é considerado patrono da linha dos caboclos, atuando para o bem-estar físico e espiritual dos seres humanos.
Segundo esta religião, Oxóssi é figura representativa de uma das sete forças principais de Deus: a força da luta, do trabalho, da providência e da afirmação positiva. Assim, para a Umbanda, Oxóssi representa uma das sete forças primordias de Deus, pertencendo ao pólo positivo das energias espirituais, expandindo, irradiando e impelindo os seres para a construção vigorosa de seus destinos, bem como garantindo que os mais fragilizados encontrem doutrinação firme e amorosa, desenvolvendo seu saber religioso e sua fé.
A figura de Oxóssi tem origem na mitologia africana, para a qual seria um antepassado africano divinizado, filho de Yemanjá, irmão de Omulu-Obaluayê e rei da cidade de Oyó, localizada na África sudanesa - de onde provêm os povos nagô (keto, ijexá e oyó) e mina-jeje. Também é considerado o caçador por excelência; o arqueiro de uma flecha só - sempre certeira.
A Umbanda, considerada por muitos como fundada em 1908, é expressão do sincretismo ocorrido no Brasil em razão da perseguição religiosa aos cultos africanos. Por reunir elementos africanos, espiritualistas e cristãos, a figura de Oxóssi pode aparecer, muitas vezes, misturada à figura católica de São Sebastião, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e demais centro -sul do Brasil, e São Jorge, no estado da Bahia.

Xangô

Xangô era rei de Oió, o mais temido e respeitado de todos os reis. Mesmo assim, um dia seu reino foi atacado por uma grande quantidade de guerreiros que invadiram a cidade violentamente, destruindo tudo e matando soldados e moradores numa tremenda fúria assassina. Xangô reagiu e lutou bravamente durante semanas. Um dia, porém, percebeu que a guerra tornara-se um caminho sem volta. Já havia perdido muitos soldados e a única saída seria entregar sua coroa aos inimigos. Resolveu então procurar por Orunmilá e pedir-lhe um conselho para evitar a derrota quase certa. O adivinho mandou que ele subisse uma pedreira e lá aguardasse, pois receberia do céu a iluminação do que deveria ser feito. Xangô subiu e quando estava no ponto mais alto do terreno foi tomado de extrema fúria. Pegando seu oxê, machado de duas lâminas, começou a quebrar as pedras com grande violência. Estas ao serem quebradas, lançavam raios tão fortes que em instantes transformaram-se em enormes línguas de fogo que, espalhando-se pela cidade, mataram uma grande quantidade de guerreiros inimigos. Os que restaram, apavorados, procuraram os soldados de Xangô e renderam-se imediatamente pedindo clemência. Levados até ao rei, os presos elegeram um emissário para servir-lhes de porta voz. O homem escolhido foi logo se atirando aos pés de Xangô. Desculpou-se pedindo perdão. Humilhando-se, explicou que lutavam, não por vontade própria, e sim forçados por um monarca, vizinho de Oió, que tinha um grande ódio de Xangô e os martirizava impiedosamente. Xangô, altamente perspicaz, enxergou nos olhos do guerreiro que ele falava a verdade e perdoou a todos, aceitando-os como súditos de seu reino. Assim tornou-se conhecido como o orixá justiceiro que perdoa quando defrontado com a verdade, mas que queima com seus raios os mentirosos e delinqüentes.



Xangô é sincretizado como São Jerônimo, São Pedro, São João Batista, cujo poder se manifesta na pedreira, é o Senhor da justiça. Seu símbolo é o machado de duas faces, significando que o machado tanto protege seus filhos das injustiças como os pune quando as cometem, bem como a estrela de 6 pontas cujo símbolo é em si o poder equilibrador do universo.


Quando Deus criou os Estados exteriores da criação, o primeiro foi o vazio (Exu), o segundo estado foi o espaço em si mesmo (Oxalá) e o terceiro Estado da criação exterior foi o equilíbrio de tudo e de todos (Xangô). Como em Olorum, não se pode dizer quem foi o primeiro a ser exteriorizado, os umbandistas preferem amá-los e ponto final.


Tudo trata-se de ângulos de visões religiosas, pois o poder de Olorum que equilibra todo o universo que faz par com o estado purificador (Kali-yê), é chamado de Xangô na religião umbandista, ou seja, na Umbandanão se adora como um deus com características humanas, mas sim como o poder equilibrador de Olorum manifestado em seu exterior.

Cor: marrom e vermelho
Saudação: Kao-kabecile
Segue abaixo indicações de livros que abordam os Orixás na Umbanda como os poderes exteriorizados de Olorum e não como deuses cruéis e sanguinários e as vezes bondosos com quem lhes servem corretamente. Tais livros ensinam como cultuá-los amando-os e sabendo que os poderes de Olorum estão a disposição de toda a humanidade necessitada de luz, pois manifestam-se verticalmente e horizontalmente nos três lados da criação (Lado Divino, Lado Natural e Lado espiritual).

Oxum

No culto africano, Osun, Oshun, Ochun ou Oxum, na mitologia ioruba é um Orixá feminino. O seu nome deriva do rio Osun, que corre na região nigeriana de Ijexá e Ijebu.
Cultuada tanto a 12 de outubro, quanto 08 de dezembro, uma vez que sincretiza com Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora da Imaculada Conceição.
A energia do orixá Oxum é feminina, regente das águas doces. Essa energia é também direcionada para a fecundação e concepção. Oxum responde pela geração e criação do feto, enquanto Iemanjá responde pelo seu crescimento e educação. Essa energia geradora se traduz nos sentimentos de amor, fraternidade, união entre as pessoas.
Os falangeiros do Orixá Oxum quando se manifestam nos terreiros de Umbanda fazem movimentos suaves com os braços como que atraindo para si o sentimento das pessoas, renovando-os e transformando em sentimentos de união. Emitem longo choro, dando passes e reativando as energias positivas naqueles que necessitam dessa mudança e renovação.
Oxum distribui a energia de união através do movimento das águas doces, que serve como condutor magnético de suas ondas vibratórias, harmonizando as energias da natureza.
Orixá do amor, da harmonia e da concórdia. Equilíbrio emocional. Senhora das águas doces, rios e cachoeiras.
Reino: Cachoeira.
Cor: azul royal. Elemento: água.
Dia da semana de maior vibração: segunda-feira.
Planeta: Lua
Características dos seus filhos: Docilidade, sensibilidade (choram com facilidade), místicos.
Iansã, ou Oyá, é um orixá cuja figura, no Brasil, é sincretizada com Santa Bárbara, católica.
Oyá, a deusa do Rio Niger, é representada com um alfange e uma cauda de animal nas mãos, e com um chifre de búfalo na cintura.
Na mitologia iorubá, Xangô casou-se com três de suas irmãs, deusas de rios: Oyá, Oxum, deusa do rio Osun e Obá, deusa do rio Obá.
Nas lendas provenientes do candomblé, Iansã foi mulher de Ogum e depois de Xangô, seu verdadeiro amor. Xangô roubou-a de Ogum.
O nome Iansã é um título que Oyá recebeu de Xangô. Esse título faz referência ao entardecer, Iansã pode ser traduzido como a mãe do céu rosado ou a mãe do entardecer. Ao contrário do que muitos pensam Iansã não quer dizer a mãe dos nove. Xangô a chamava de Iansã pois dizia que Oyá era radiante como o entardecer ou como o céu rosado e é por isso que o rosa é sua cor por excelência.
Na liturgia da umbanda, Iansã é senhora dos eguns, os espíritos dos mortos, menos cultuados no Candomblé.
Na umbanda a guia de Iansã é de cor amarela e no candomblé é vermelha. No candomblé também é chamada de Oyá. Seu dia da semana é quarta-feira e sua saudação é Eparrei.